Laura Vinci

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Biografia

Laura Vinci desenvolve uma prática centrada nas relações entre corpo, espaço e tempo, concebendo a sua intervenção artística como um organismo mediador e complexo. O seu trabalho destaca a efemeridade, a transitoriedade e a transformação da matéria, criando situações que evidenciam a passagem do tempo e estimulam novas perceções sobre o ambiente.

Iniciou a carreira na década de 1980, inicialmente ligada à pintura. Na segunda metade dessa década, as suas obras deixaram progressivamente a bidimensionalidade, aproximando-se da tridimensionalidade e da escultura. O seu interesse pelas mudanças de estado da matéria tornou-se um elemento central da sua poética, visível tanto na escolha dos materiais como nos processos de erosão, condensação e alteração física que frequentemente incorpora. Um exemplo emblemático é Ampulheta (1997), criada para o projeto Arte/Ciência em São Paulo, onde utiliza serpentinas de refrigeração para explorar a condensação e a ideia de palavra congelada.

Vinci também tem uma relação contínua com o teatro, colaborando em projetos de cenografia e figurino na Oficina de Teatro. Vive e trabalha em São Paulo, e tem realizado exposições individuais e projetos site-specific de grande relevância. Entre eles destacam-se TRIZ (Galeria Marcelo Guarnieri, 2025), Maquinamata (Galeria Nara Roesler, 2024), Todas as Graças (Casa França-Brasil, 2022), Morro Mundo (Instituto Ling, 2018) e Seguro Porto (Espaço Cultural Porto Seguro, 2017).

Participou em importantes bienais, como a Bienal de São Paulo (2004), do Mercosul (1999, 2005, 2009), de Cuenca (2010) e na Anozero – Bienal de Coimbra (2019). A sua obra integrou ainda diversas exposições coletivas internacionais, incluindo Machine of the World (2023, Americas Society, Nova Iorque), El Dorado: Myths of Gold (2022), Indústria no Brasil 1901–2021 (Pinacoteca de São Paulo), O Rio dos Navegantes (MARP, 2019) e Presente/Futuro/Passado (MAM-Rio).

As suas investigações recentes abordam os limites entre o transitório e o permanente, o finito e o intangível, como nas exposições O Céu na Pedra (Farol Santander, 2018) e Arquitetura e Arte — Pedra no Céu (Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia). Através de processos que envolvem deslocamento, transformação e fragilidade, Vinci reafirma a relevância do corpo e da experiência sensorial como caminhos de aproximação à arte e ao espaço

Última atualização:
November 2025

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